quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

agora conta como hei de partir


Cansei. Desisto. Me rendo. Levanto a bandeirinha branca.

Não estou deixando o inimigo ganhar, nem estou perdendo. Estou deixando o campo de batalha. Estou saindo de fininho, a procura de um lugar ao sol.

Enfrentar às vezes é muito mais que levantar os punhos e lutar, às vezes é muito mais que bater, é ceder, é seguir, é calar, é vencer sem ferir, é evitar a luta vã, a insana discussão.

Desistir e perder são condutas diferentes. As vezes perder é ganhar, as vezes perder é perder. As vezes desistir é perder, as vezes desistir é dar uma nova chance ao destino.

De vez em quando, quando fico sozinha pensando, eu sinto falta da vida, eu vejo o futuro, o passado, eu sinto a dor como uma ferida aberta no joelho, que dói mais a cada passo.

Meus sonhos de criança são apenas sonhos, meus pesadelos são memórias e medos, e ainda tenho medo. Quando criança, aprendi a rezar pra me livrar dos pesadelos, por um tempo funcionou, mas agora, a fé que me leva nem sempre é maior que o medo que me arrasta, eu tento, todo o tempo, eu tento não esquecer, e tento acreditar que apenas acreditar é o suficiente.


Música: Chico Buarque - Eu te amo


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

I miss you

Sentir falta é diferente de sentir saudades. Sentir saudades é grandioso. Dor enorme que rasga por dentro dias seguidos, horas intermináveis, tempo infinito.

Sentir falta não. Sentir falta é pontual. Sentir falta é dor fina, dor de beliscão com unha, dor de mordida de cachorro. Sentir falta é mais específico. Sente-se falta do abraço ao dormir, das mãos frias, sente-se falta do jeito boboca que ele tinha de andar. Sentir falta é mais egoísta, quase que material. Sentir falta do café dele, da bagunça dele, o chinelo dele. Sentir falta da camiseta velha dele que você podia usar. Sentir falta é pequeno, mas não menos doloroso.

A saudade não te deixa respirar. Não te permite trabalhar, te faz faltar o ar. Saudade é plural. Saudades é dos dois. Saudades é de você mesma, com os olhos brilhando. Saudades do frio na barriga, saudades do começo, saudade daquela cervejada idiota, do melhor dia dos namorados. Por isso, saudade pode ser inventada e falta não.

Falta é daquilo que não está ali, e que deveria estar. É a dor do banco do carro vazio, de assistir filme sozinha. A falta está na rotina, nas pequenas coisas concretas do dia a dia. Ela é pontual, mas pode aparecer todos os dias.

Saudades e sentir falta acontecem apenas quando o objeto da saudade ou da falta, parece estar ali, na beirada da sua vida. Ambas te fazem esticar o braço com força, com toda a sua força, o máximo que pode, para alcançar aquilo que já não está mais ali, que é sombra.

Talvez essas duas dores só sumam de fato quando ele sair da beirada. Quando o desenho do rosto dele não for mais tão nítido na minha memória, quando o som da voz dele não for mais tão claro em meus ouvidos. A saudade e a falta, de formas diferentes, com dores distintas, clamam por aquilo que mais se teme. A única solução possível é a mais temida, e serve para as duas: o esquecimento.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

diga que sozinha eu não preciso mais seguir


Eu quero tentar mais uma vez. Eu quero ir atrás, sem ter medo. Eu quero bater, eu quero entrar. Eu quero chegar mais cedo mais uma vez.

Cade você que não me vê? Quem é você que eu não vejo? Cade você pra me dizer que tudo isso vai passar?

Eu quero entrar na tua casa. Eu quero entrar na tua vida. Eu quero sentar e esperar você me mandar embora mais uma vez.

Cade você que me esqueceu? Quem é você que eu não esqueço? Quem é você que me prendeu, e depois me deixou pra trás?

Você sabe que sozinha eu não sei aonde ir.

É claro que você vai dizer que nunca soube o que eu queria. Que fica fácil pra você se agora já não vale o que passou.

Os teus amigos, meus amigos, não conseguem dizer nada. Os meus amigos, teus amigos, dizem que não sabem mais quem eu sou.

E eu não vou ficar te procurando onde eu posso encontrar alguém pra me mudar.

Diga que sozinha eu não preciso mais seguir.

sábado, 18 de setembro de 2010

ele completa ela e vice-versa

Ele nasceu 2 anos depois dela. Ela morava em uma cidade grande, e ele em uma pequena do interior. A melhor amiga dela antes de mudar pra cidade grande, morava na mesma cidade que ele. Ela fora pra lá algumas vezes com essa melhor amiga. Mas eles não se conheceram. Ela entrou na sorveteria por uma porta, e ele saiu por outra. Na feirinha da cidade do interior, ela estava com sua melhor amiga em uma barraquinha, ele estava em outra com sua mãe.

Ela entrou na faculdade na sua cidade grande, e dois anos depois ele prestou vestibular na mesma faculdade, e passou. Os dois estavam na mesma vestibalada, e disputaram o mesmo barman, mas não se conheceram. Ele entrou na livraria, enquanto ela saia da agencia de viagens. Na cantina ela sentou de um lado, e ele do lado oposto.

Assistiram a mesma sessão de cinema, obviamente separados. Se esbarraram no prédio onde ele morava, que por acaso ela tinha uma amiga que morava la também. Ele morava do lado da amiga dela, e eles não se conheceram.

Ele virou amigo da amiga dela, e então passaram a freqüentar a mesma casa. Ele percebeu ela, mas ela não notou ele. Trocaram idéias, emails e comentários em blogs, sem saberem que um era o amor da vida do outro.

Teve uma festa na casa dessa amiga, os dois foram, mas ele passou desapercebido por ela. Um dia ela foi estudar na casa da amiga, e ele foi lá depois pra assistirem um filme. E nesse dia algo conspirou e os colocou na mesma sintonia, e por uma porção de outras coisas ela viu ele. E eles se enxergaram um no outro, sentiram um ao outro.

E se amaram, e brigaram, e riram e foram ao cinema, e lutaram, e fugiram, e se esconderam, e se despediram, pois chegara a hora da partida inevitável. Beijaram-se com tanto carinho que era impossível não acreditar que se encontrariam novamente em breve. Mas não se encontraram.


quinta-feira, 15 de julho de 2010

e tua ausência fazendo silêncio em todo lugar...



Às vezes é preciso recolher-se. O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve sentar-se à beira dessas águas. Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir. É um começo de sabedoria, e dói. Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido. Amar era tão infinitamente melhor; curtir quem hoje se ausenta era tão imensamente mais rico. Não queremos escutar essa lição da vida, amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador. Mas às vezes aquietar-se e esperar que o amor do outro nos descubra nesta praia isolada é só o que nos resta. Entramos no casulo fabricado com tanta dificuldade, e ficamos quase sem sonhar. Quem nos vê nos julga alheados, quem já não nos escuta pensa que emudecemos para sempre, e a gente mesmo às vezes desconfia de que nunca mais será capaz de nada claro, alegre, feliz. Mas quem nos amou, se talvez nos amar ainda há de saber que se nossa essência é ambigüidade e mutação, este silencio é tanto uma máscara quanto foram, quem sabe, um dia os seus acenos.

Mas não se engane, eu penso em você, todos os dias.
E não duvide, por favor, não duvide, nenhum dia sequer, que:
só enquanto eu respirar, vou me lembrar de você

Música: O Teatro Mágico - O anjo mais velho

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Save Me



Eu preciso que você me salve..

Eu que fui egoísta, eu que fui covarde, eu que disse que as pessoas nascem sozinhas e morrem sozinhas..eu preciso que você me salve..

Eu preciso que você se importe comigo, eu preciso que você veja que eu preciso da sua ajuda...

Se um dia você precisar que eu te salve, eu o faço..sem pestanejar..

Teu jeito de me acalmar, o falar compassado, o ritmo lento de encaixar as palavras perfeitas nas frases ditas..não poderia ser outra pessoa alem de você..teu toque, teu beijo..tua mão fria no meu corpo quente..

Tem que ser você ! Eu quero que seja você !


*Musiquinha : Lady Antebellum - Need You Now

http://www.youtube.com/watch?v=1OfsZyYPLoI


quarta-feira, 9 de junho de 2010

é preciso não esquecer nada

Não quero mais te esperar. Não quero mais pensar que um dia você voltará. Quero tocar minha vida, me conformar e esquecer. Mas dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, e além doer, parece pobre, triste e sem sentido.

Não, não quero ! Quero te esperar. Te esperar o quanto for preciso. Amar é tão infinitamente melhor, curtir você que hoje se ausenta é tão imensamente mais rico. Não quero ficar sem sonhar.

Não sei o que dói mais, se a ausência ou se a doentia presença. Não sei do que preciso mais, se de parar de pensar ou se de manter a crença.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Mudar dói, mas não mudar dói mais ainda !


Mudar dói, cansa, pesa. Mas ninguém disse que seria fácil.

Antes eu acreditava que as pessoas não mudavam, que só colocavam uma máscara de ‘’mudei’’, mas continuavam as mesmas. Mas hoje eu vejo que nós seres humanos podemos mudar, não é fácil, mas é possível. Lógico que a mudança só acontece quando se faz necessária, quando olhamos pra nós mesmos e percebemos que se não mudarmos vamos acabar chegando no fundo do poço.

Eu mudei, estou mudando pra aquilo que eu era. A mudança começa com um primeiro passo, e é o mais difícil. As pernas não querem obedecer, o corpo quer ficar, mas é preciso ter força e coragem, e não olhar pra trás, não ver o que ficou.

Quem não erra é um ser que não sabe viver, é um ser estancado na vida. Só quem tenta ser melhor, viver melhor e aprender mais é que erra. Com cada erro sempre se aprende uma lição, cada erro é uma aprendizagem que nos permite avançar, nos permite mudar.

Mudar nos leva ao desconhecido e isso dá um medo enorme. Mas nada melhor que o desconhecido para nos levar a uma vida realmente nova.

Um dos detalhes de mudanças é existir o que levar conosco e o que deixar para trás. É preciso deixar brechas para o desconhecido, a serem preenchidas ao sabor das disponibilidades.


*Musiquinha: Panic! At The Disco - New Perspective

http://www.youtube.com/watch?v=d3sA5plF6kE

domingo, 23 de maio de 2010

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Porque você me deixou ir? Porque você não me segurou, me amarrou, me impediu de partir? Porque você não me pegou pelos ombros e me chacoalhou e disse `acorda menina!` ? Porque você não me disse que tudo passaria e que a única coisa que permaneceria seria nosso amor? Você sabia, e não me avisou, permitiu que eu partisse..

E eu parti. Não pra sempre, mas com vontade de voltar. E voltei. Mas aquela frase `antes tarde do que nunca` não se fez verdade. E agora sinto no meu peito o coração chorando e a minha alma vazia, simplesmente estática..

Ficou apenas a busca incansável de qualquer coisa que estimule qualquer outro pensamento. A falta de força para segurar as lágrimas quando a lembrança de um sorriso, um gesto ou uma música surge na cabeça. Não saber o que fazer com as sobras deixadas para trás e a esperança de ter tudo novo e melhor um dia. Mesmo que no fundo eu saiba que nada é para sempre e nunca será igual.

Eu o amo, o amo tão pura e verdadeiramente, que cheguei a pensar que se um dia ficássemos longe continuaria sendo uma pessoa feliz, pois tive a chance de te encontrar durante essa vida. Mas não, não há completa felicidade sem sua presença.

E a volta da rotina tenta preencher o vazio que ficou, uma espécie de coisa apertada no peito, um sufoco, um grito sem voz.

E no fim disto tudo eu preciso explodir, mas não vou desistir da minha promessa. Você desistiu, mas eu continuo aqui. Apenas quero gritar, berrar, sair, correr sem rumo. E o meu peito precisa gritar a dor que sente, a dor que vê. Esse grito que ninguém enxerga mas que eu sei que se move dentro de mim!

Sinto-me consumida pelo vazio e pelo desejo de não sentir esse vazio!


*Musiquinha do dia: Paramore - The Only Exception

http://www.youtube.com/watch?v=-J7J_IWUhls


terça-feira, 11 de maio de 2010

Wonderland




Confesso que fui assistir ‘’Alice no País das Maravilhas’’ com expectativas altíssimas, mas conforme o filme foi acontecendo, fui entendendo que a intenção de Tim Burton não era fazer uma adaptação do romance de Caroll, mas sim um conto de auto descoberta, onde a jovem Alice encontra em um mundo paralelo uma fuga para a mediocridade de sua vida.

O longa abre mão de ter um roteiro psicologicamente complexo. As cenas que deveriam emocionar, simplesmente, não o fazem. Há uma total falta de emoção, sendo que o ponto forte é o espetáculo visual. A fotografia é aplicada com grande competência, ficando fácil identificar o mundo real e o imaginário. As imagens, as cores, tudo absolutamente perfeito. A magia está em cada pequeno detalhe.

Sobre os personagens, não é só por ser fanzoca dele, mas Johnny Depp arrasou na atuação do personagem, interpretando a essência do Chapeleiro Maluco e dando um caráter emotivo (e talvez o único do longa) ao personagem. Pra mim ele é o responsável por quase tudo no filme. A cabeçuda Rainha Vermelha é a perfeita vilã, conquista e enfurece os espectadores, e leva os créditos pelos momentos cômicos. O Gato Risonho e Absolem, a lagarta e o cachorro Bayard também roubaram algumas cenas. A protagonista Alice vivida por Mia Wasikowska não tem carisma algum e não consegue alcançar nenhuma expressividade, ficando na sombra dos outros personagens.

Digo que o filme consegue o almejado, entreter o público. O cineasta aposta em uma estória simples, porém com um visual excelente. Não chega a decepcionar, mas deixa amostras que poderia ter sido melhor elaborado. Mas mesmo com essas ressalvas o saldo final é positivo e divertido.

E a pergunta que não quer calar

``Qual a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha ?``

sábado, 1 de maio de 2010

O dia do trabalho é dia de descanso !



Muita gente fala que gostaria de ficar um tempo à toa, sem fazer nada, eu estou assim desde o primeiro dia do ano, só aproveitando, vendo os dias passarem e realmente é algo muito bom, mas eu imagino que chega uma hora que cansa.. Mas adivinhem, eu ainda não cansei de não fazer nada !

Então vocês, trabalhadores, aproveitem o dia de hoje, porque eu estou aproveitando todos os dias !

Ah como é bom fazer nada e depois descansar !