domingo, 1 de abril de 2012

solidão

Ocupo todos os cantos da cama para deixá-lo fora do meu mundo. É o meu modo de esconder que na verdade eu só queria perder o cobertor para pés maiores que os meus. Dormir sozinha dá aquelas sensação de que o frio existe mesmo quando o termômetro marca 30 graus, de que os travesseiros são insuficientes e o espaço é infinito. Por dentro e por fora.

Ocupo todos os segundos do meu dia pra não deixá-los tomarem posse da solidão que cultivo como companheira. Sou dela, não tem jeito. Sou minha e não sei me dividir. Essa é só a maneira que eu aprendi a ser, porque pertencer aos outros faz doer.

Eu aceitei você e sua carga, sua falta; e nada disso foi suficiente porque você não pode ou não soube me aceitar. Você não pode carregar o que tem aqui dentro, esse peso que eu preciso dividir pra não ficar sobrecarregada por existir. Agora não sei mais. Não consigo aceitar nada pela metade e você não se permite ir além.