quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
bailarina
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
atalho
terça-feira, 1 de novembro de 2011
não tão trágico
Fala demais, essa menina que não tem o que dizer. Ri demais e não acha graça de nada. Por que o mistério, se ninguém quer saber da sua ideologia barata de gente sem futuro?
Pelo jeito sou só idéias perdidas que se revelam sem me pedir licença e depois se tornam contradições quando amanhece.
Gasto um repertório inteiro de palavras. É como conhecer todo mundo e não conhecer ninguém. Alguém vê atrás disso?
Que venha qualquer coisa fútil alegrar meu figurino, que seja brilhante, que seja inesquecível. Às vezes sou apenas um sopro de qualquer coisa doce e enjoativa com o pior dos venenos, fazendo com que minha presença seja ao mesmo tempo marcante, confusa, passageira e duvidosa.
Parece que ninguém desconfia do que resta pela manhã e talvez seja melhor assim. Uma espécie de proteção, como se essa superficialidade fosse só um rascunho do que um dia vou ter coragem de moldar. E a única dúvida que fica é o que realmente importa.
Talvez essa busca seja o único motivo pra eu ainda deixar as coisas como estão. Me acostumo a ser cenário e quando ganho personagem, acho pedir demais escolher o que interpretar.
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
não faz sentido
Não consigo pertencer ou me adaptar. Falha minha. Meu único planejamento é não planejar. Porque o momento em que eu sei exatamente o que fazer ou onde ir, é o mesmo momento em que eu tento desesperadamente fazer o oposto. Talvez eu apenas goste de contrariar e negar o que parece ser certo.
Minha distância, que parece ser frieza, é apenas um mecanismo de defesa contra o que virá depois. Já me acostumei à desilusão. E a argumentação em favor do mundo não irá me ajudar. Estou desiludida de mim, dos meus impulsos, das minhas incapacidades, da minha falta de sentidos.
Não sou mais que mera alma a caminho de qualquer outro lugar. Não posso e não quero ser bagagem de ninguém. Estar presa na alfândega é um estado de espírito, e não um capricho meu.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
o que ninguém vê
sábado, 3 de setembro de 2011
127 horas
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
solidão a dois
Nasci para poucos e morro por ninguém além de você. Me confundo em passos de dança invisíveis, enlaçando pernas e fazendo caras e bocas, querendo muito e gostando pouco. Não é insatisfação ou sofrimento, é só um tudo-ao-mesmo–tempo-agora que não respeita amor de menos, não aceita um gostar pouco e querer às vezes. Uma intensidade que não se conforma com noites únicas de começo, meio e fim. Estou aqui pela música, pela companhia, pra me encontrar.
Eu quero mais de cada coisa que a existência oferece.
Essa prisão, essa pele. Estou vazando pelos poros e parece que vou explodir. E se algum buraquinho entupir e eu não achar a saída? Meu corpo é muito pequeno e minha procura pela liberdade queima as beiradas. Minha alma vai escapando e se moldando. Se esconde, diminui pra não se mostrar além.
Os risos forçados que geram lágrimas no travesseiro, as danças vazias que geram um vazio ainda maior. A mentira que preenche de ar o que devia ser companhia. A amargura que cresce por coisas pequenas e afáveis dos que são capazes da felicidade.
Eu não quero nada impossível. Só quero realidade. Quero alma e vida de verdade.
terça-feira, 5 de julho de 2011
lembranças machucam, as boas, mais ainda
Existem desgraças que quase esperamos na vida. E existem momentos sombrios, que mudam tudo. Existe a minha vida antes da tragédia. Existe a minha vida agora. As duas têm dolorosamente pouco em comum.
Gostaria de poder contar que, através da tragédia, descobri algum princípio absoluto, desconhecido e impactante que eu pudesse transmitir. Não foi o que aconteceu.
Os clichês são todos válidos - o que realmente conta são as pessoas, a vida é preciosa, o materialismo é valorizado demais, as pequenas coisas são que importam, viva o momento -, e posso repeti-los exaustivamente. Você pode até ouvir, mas não vai internalizar o que eu disser. A tragédia é pessoal. Ela fica gravada na alma. A gente deixa de ser feliz. Mas se transforma numa pessoa melhor.
É isso que as pessoas não conseguem entender, a fragilidade do mundo. As feridas que uma guinada do destino é capaz de abrir. O poço de desespero que somos jogados por causa de um descuido qualquer. A irreparabilidade das coisas.
O tempo cura a maioria das feridas. As demais ficam escondidas atrás da porta do esquecimento.
domingo, 5 de junho de 2011
felizes os esquecidos...
Percebo o peso das coisas que vivi quando sinto em minha mente a presença de cada vez mais pensamentos aos quais eu não consigo dar vazão. Nunca tive facilidade na hora de traduzí-los em parágrafos e, certas vezes, quando finalmente absorvo um assunto, sou atropelada pela urgência de uma vida que sou obrigada a viver, do abrir ao fechar dos olhos.
Muitas vezes abandonei em branco o texto, pois olhava para dentro de mim e nada via senão a nebulosa sombra do vazio que ainda grita alto.
Desabafar por escrito, mesmo que antes para um destinatário ausente, é confortante, justamente quando não me servem mais as opiniões sinceras. Me ver imperfeita e incapaz, e escrever sobre isso, é o que me impede de desmoronar.
Escrever torna tudo real. E, por isso, as vezes prefiro fugir dos fatos, do futuro, das afirmações lógicas, mas injustas. Tem dores que não devem ser verbalizadas. Tem dias que não devem ser escritos.
Tem um dicionário inteiro de termos não existentes para falar sobre mim. Não sei o que, não sei o motivo, não sei como. Não me importo. Apenas sou, e isso deve bastar.
Todos os sentimentos sinceros só são sinceros pelo tamanho da verdade, e pela vontade de dizer sem motivo e mil vezes.
Musica: Pink Floyd - Take it Back
http://www.youtube.com/watch?v=7LYfUtRSZ5I
sábado, 30 de abril de 2011
tenho escrito menos...
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Ain't no need to go outside
quarta-feira, 16 de março de 2011
um post pra você
Porque seus olhos são azuis e dá vontade de mergulhar.
Você fez eu me sentir alguém, exatamente um alguém que eu sou. Acho que isso pode ser um sinal. De fraqueza ou de destino, eu não sei. Existe mesmo essa coisa de destino? Porque os nossos se cruzaram e talvez isso tenha algum significado.
Pode ser a dúvida entre manter a solidão ou se arriscar. Acho que toda essa história tenha se desenvolvido nos segundos em que eu fechei os olhos e não precisei abrir pra saber que você estava lá.
Parecemos mútuos no desejo de viver pra sempre no agora só pela companhia maravilhosa. Talvez fosse a exata sintonia, do exato alinhamento, da exata fração de segundo que motivasse duas presenças tocadas dessa maneira. E se existir um próximo encontro, por mais breve que seja, será só pelo encanto do sorriso mais sincero do meu caminho.
O tempo é relativamente compensado por registrar pequenos momentos em grandes confirmações.
Vem me buscar, me leva pra longe daqui.
Música: Phoenix - Rome
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
algo que jamais se esclareceu
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
se bastasse sentir...
Não me lembro como eu era antes de você.
E agora sou alguém que se apaixonou, e se entrega e morre um pouco todo dia, só pra saber que viveu pelo menos um pouco.
E agora tudo anda pela metade, as alegrias não passam de algumas horas em boa companhia, mas no escuro do quarto não há nada mais que um quarto no escuro.
E agora eu durmo sozinha e tenho um vazio no peito você não tem vontade de ocupar. Tenho um coração pesado que você não quer carregar. E estou cansada de esperar vidas se resolverem por uma promessa de futuro e ficar pra trás mais uma vez.
Só não me deixe morrer em você, porque em mim você vai continuar vivendo.
Quero de volta tudo o que um dia foi meu. Quero pra mim. Pra guardar. Pra ter. Pra ser.