terça-feira, 11 de maio de 2010

Wonderland




Confesso que fui assistir ‘’Alice no País das Maravilhas’’ com expectativas altíssimas, mas conforme o filme foi acontecendo, fui entendendo que a intenção de Tim Burton não era fazer uma adaptação do romance de Caroll, mas sim um conto de auto descoberta, onde a jovem Alice encontra em um mundo paralelo uma fuga para a mediocridade de sua vida.

O longa abre mão de ter um roteiro psicologicamente complexo. As cenas que deveriam emocionar, simplesmente, não o fazem. Há uma total falta de emoção, sendo que o ponto forte é o espetáculo visual. A fotografia é aplicada com grande competência, ficando fácil identificar o mundo real e o imaginário. As imagens, as cores, tudo absolutamente perfeito. A magia está em cada pequeno detalhe.

Sobre os personagens, não é só por ser fanzoca dele, mas Johnny Depp arrasou na atuação do personagem, interpretando a essência do Chapeleiro Maluco e dando um caráter emotivo (e talvez o único do longa) ao personagem. Pra mim ele é o responsável por quase tudo no filme. A cabeçuda Rainha Vermelha é a perfeita vilã, conquista e enfurece os espectadores, e leva os créditos pelos momentos cômicos. O Gato Risonho e Absolem, a lagarta e o cachorro Bayard também roubaram algumas cenas. A protagonista Alice vivida por Mia Wasikowska não tem carisma algum e não consegue alcançar nenhuma expressividade, ficando na sombra dos outros personagens.

Digo que o filme consegue o almejado, entreter o público. O cineasta aposta em uma estória simples, porém com um visual excelente. Não chega a decepcionar, mas deixa amostras que poderia ter sido melhor elaborado. Mas mesmo com essas ressalvas o saldo final é positivo e divertido.

E a pergunta que não quer calar

``Qual a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha ?``