terça-feira, 1 de novembro de 2011

não tão trágico

Fala demais, essa menina que não tem o que dizer. Ri demais e não acha graça de nada. Por que o mistério, se ninguém quer saber da sua ideologia barata de gente sem futuro?

Pelo jeito sou só idéias perdidas que se revelam sem me pedir licença e depois se tornam contradições quando amanhece.

Gasto um repertório inteiro de palavras. É como conhecer todo mundo e não conhecer ninguém. Alguém vê atrás disso?

Que venha qualquer coisa fútil alegrar meu figurino, que seja brilhante, que seja inesquecível. Às vezes sou apenas um sopro de qualquer coisa doce e enjoativa com o pior dos venenos, fazendo com que minha presença seja ao mesmo tempo marcante, confusa, passageira e duvidosa.

Parece que ninguém desconfia do que resta pela manhã e talvez seja melhor assim. Uma espécie de proteção, como se essa superficialidade fosse só um rascunho do que um dia vou ter coragem de moldar. E a única dúvida que fica é o que realmente importa.

Talvez essa busca seja o único motivo pra eu ainda deixar as coisas como estão. Me acostumo a ser cenário e quando ganho personagem, acho pedir demais escolher o que interpretar.